Em razão de nossa inabilidade para lidar com
sentimentos, é comum associarmos as emoções aos nossos adversários, obstáculos
ou inimigos. Caso fosse possível, certamente muitas pessoas escolheriam não
sentir.
Entretanto, uma corrente de médicos e psicólogos
defende que algumas emoções que consideramos negativas como depressão,
ansiedade, raiva, pessimismo, entre outras, são resultado de uma seleção
natural, ou seja, elas continuam existindo porque oferecem vantagens aos seus
portadores.
Eles comparam os sentimentos à mesma função que a
dor tem em nossas vidas. Quando estamos na iminência de uma lesão durante
alguma atividade física, nossos neurônios transmitem este estímulo para que
paremos. Assim como a dor, as emoções nos fornecem informações que ajudarão a
garantir nossa sobrevivência diante de riscos.
Por exemplo, a depressão, em oposição ao bom humor,
serve para que voltemos atrás e pensemos melhor nossas opções em relação a
algum objetivo. Ela abre espaço para a introspecção e autoexame necessários
para tomar decisões difíceis, como desistir de objetivos inalcançáveis e buscar
novas metas.
O mesmo acontece com outros sentimentos. São
padrões de resposta diante de situações que podem trazer riscos ou
oportunidades.
Por outro lado, o pesquisador Joseph Cardillo, em
seu livro “Concentração: o segredo das pessoas produtivas”, escreveu sobre sua
descoberta de que as emoções afetam nossa atenção inconscientemente porque
nosso cérebro está preparado para salvar nossas vidas, respostas emocionais
estão ligadas aos mecanismos primitivos de sobrevivência.
Sendo assim, nem sempre nossos sentimentos
indicarão a melhor opção para a situação. Por exemplo, o medo imaginário ou
irreal pode nos levar a comportamentos desesperados e desnecessários. É necessário
submeter nossos pensamentos automáticos e esquemas de interpretação das
informações exteriores à consciência.
Ele apresenta 4 estratégias para nos ajudar a descobrir o que as emoções querem nos dizer, quais suas causas e como tomar as melhores decisões. Cada
estratégia consiste em um conjunto de perguntas que devemos responder:
Primeira Estratégia:
Que emoção específica estou sentindo? Que informação “fria” estou recebendo? Há
uma disjunção? Por quê? Sentir-me desta maneira afetou negativamente situações
semelhantes no passado? Sentir-me desta maneira afetou positivamente situações
semelhantes? Há coisas que faço melhor quando estou operando sob esta
influência emocional? O quê? Há coisas que faço pior? Quais as minhas melhores
opções para agir estando sob a influência do que estou sentindo? Escolha a
melhor opção e vá em frente.
Segunda
Estratégia (caso esteja em uma espiral depressiva): Como tais humores depressivos
me afetaram em situações semelhantes no passado? Que coisas não estão fáceis?
Diga a si mesmo que as coisas podem e irão mudar e não invista tanto em
determinados assuntos. Que coisas se tornam mais fáceis por meio destas alterações de humor? Escolha algo
que faz bem sob a influência de alterações de humor e vá em frente.
Terceira
Estratégia (quando emoções estiverem afetando pensamentos e ações): Que
emoções positivas estou sentindo? Alguma destas emoções está afetando meus
julgamentos? Qual delas? Como sentir-me desta maneira afetou situações
semelhantes no passado? Como sentir-me desta maneira pode me afetar agora na medida
em que persigo esta meta? Se o que estiver sentindo facilitar, vá em frente.
Quarta
Estratégia
(Empatia/Regra de Ouro): O que estou prestes a fazer? Visualize a
ação/comportamento em sua mente. Qual é o alvo de minha ação em termos de
pessoa, lugar ou coisa? Como esta ação/comportamento afetará tanto você quanto
o alvo de sua ação? Você pode determinar isto fundindo o que está prestes a
fazer, o alvo de sua ação e a si mesmo. Esta é uma boa coisa a fazer? Caso
seja, faça-a. Caso contrário, não faça.
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