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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Mensagem do Dia - O carrinho da espiritualidade


Nossa discussão de hoje é sobre os movimentos possíveis que a espiritualidade pode assumir em recuperação. São dois: para cima ou para baixo, para frente ou para trás, crescer ou diminuir, subir ou cair, progredir ou regredir. Podemos defini-los da maneira que acharmos melhor, mas são apenas dois.

O estado espiritual pode ser comparado a um carrinho de controle remoto em um tipo de rampa considerável ascendente em que podemos controlar sua aceleração. Para que o carrinho inicie e continue a subida, é preciso uma aceleração adequada. Se for insuficiente, é provável que ele desça a rampa, podendo inclusive virar e quebrar.

Podemos destacar, principalmente, dois comportamentos diretamente relacionados ao crescimento espiritual e à relativa ausência de espiritualidade. Respectivamente, são eles: a vigilância e a complacência.

A vigilância consiste na admissão diária de nossas impotências, aceitação da recuperação como condição para uma nova maneira de viver, observação dos princípios espirituais, freqüência às reuniões e/ou sessões com um profissional, auto-avaliação constante, manutenção mental, entre outros.

Segundo as experiências de muitos companheiros em recuperação, “os bons momentos também podem ser uma armadilha”. É natural que a partir da abstinência, a prática dos princípios da recuperação apresente como resultados e/ou incentive-nos a buscar, por exemplo, crescimento pessoal, qualificação profissional, reaproximação com a família, relacionamentos, novos amigos, outras atividades sociais e a necessidade de equilibrar estes papéis e tarefas diárias concorra para a definição de prioridades. Não podemos esquecer que a recuperação é o compromisso mais importante para nossas vidas porque sem ela nenhum dos benefícios indiretos e/ou sociais da recuperação será possível.

A complacência, por outro lado, pode ser entendida como o oposto. Ou seja, o retorno aos padrões negativos e destrutivos da ativa como, por exemplo, a independência na medida em que podemos acreditar que não precisamos mais da disciplina da recuperação, o orgulho na medida em que voltamos a acreditar que um simples pedido de ajuda em alguma dificuldade pode representar nosso fracasso, egoísmo, ingratidão, insatisfação, desconfiança, má vontade, competição, interesses mesquinhos, entre outros.

Segundo a Prevenção de Recaída (PR), alguns comportamentos servem como indicadores de atitudes negativas e de um possível processo de recaída. Na mesma linha, a literatura de Narcóticos Anônimos (NA) lembra que atitudes negativas são como fumaça indicando que há fogo. Neste momento, devemos lembrar-nos de nosso passado e, mesmo que por alguns, instantes, sentir como era estar em um estado de vazio espiritual e as conseqüências desta ausência de espiritualidade.

Por fim, a recuperação é um presente muito desejado de nosso Poder Superior. Caso pretendamos mantê-la, é necessário que cuidemos muito bem dela, procurando sempre o desenvolvimento espiritual.

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