Nosso tema de hoje é confiança ou a ausência dela.
Nossa
percepção da realidade depende das “lentes” que estamos usando quando olhamos
para ela. Em razão de experiências passadas, assim como projetando nossa
personalidade no restante da sociedade, não conseguíamos confiar nas outras
pessoas durante nossa ativa.
Geralmente, as pessoas com as quais convivíamos eram
dependentes químicos. Em grande medida, tinham seu comportamento determinado
por drogas. Sendo assim, é natural que estas pessoas mentissem, nos
manipulassem, nos furtassem, nos traíssem, nos enganassem, não se preocupassem
conosco.
Por outro lado, nós não éramos diferentes. Quando
nos aproximávamos de outras pessoas, geralmente éramos motivados por interesses
completamente mesquinhos e egoístas como, por exemplo, drogas, dinheiro, sexo, status,
entre outros. Mas procurávamos esconder nossos “defeitos”.
Por conseqüência, não conseguíamos acreditar nos
outros, mesmo que o comportamento destes apontassem em um sentido mais positivo.
Medíamos as pessoas conforme nossa régua. Ou seja, provavelmente também estavam
vestindo máscaras.
A qualidade da recuperação depende, fundamentalmente,
de confiança. É necessário confiar no programa de NA, na irmandade, nos
companheiros, nos grupos, nos profissionais, entre outras.
Há que se reestruturar nossos pensamentos
destrutivos e, portanto, torná-los mais claros no sentido que agora em
recuperação são outras razões que tem motivado as pessoas com quem nos
relacionamos. Segundo Covey (2010), “a confiança é a forma mais elevada de
motivação humana. Ela traz à tona o que há de melhor nos seres humanos. Mas
exige tempo e paciência (...)”.
De forma geral, temos como característica criarmos
modelos perfeitos. Pensamos modelos de pais, amigos(as), namorados(as),
inclusive de nós mesmos, entre outros. Isto pode acontecer mesmo em
recuperação.
É preciso reconhecer que, assim como nós, as outras
pessoas são seres humanos, sujeitos a erros e que estes erros, inclusive, devem
funcionar como instrumentos de aprendizado. Além de que temos que aceitar que
as pessoas possuem limites. Eles não são permanentes, mas são limites.
Portanto, é fundamental a tolerância para com alguns erros ou atitudes
negativas, sem que alguma situação pontual possa definir o fracasso da
recuperação.
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