Nosso tema de hoje é sobre as dificuldades que
eventualmente encontramos em nossos relacionamentos cotidianos.
Durante nossa adicção ativa, tínhamos muito medo da
rejeição. Em razão do nosso consumo de drogas, daquilo que a obsessão por
drogas nos levou a fazer como, por exemplo, mentir, manipular, furtar, roubar, entre
outros desvios de comportamento, pensávamos que se as pessoas nos conhecessem,
imediatamente se afastariam. Mesmo no
caso de outros dependentes em recuperação, acreditávamos que nenhum deles fizera o que
fizemos.
As experiências sociais que tínhamos, que
geralmente se limitavam a usuários de drogas, traficantes, entre outros, bem
como considerando as atitudes que costumávamos ter nos impediam de confiar nas
outras pessoas.
Estes fatores nos levaram ao isolamento.
Com a abstinência e a recuperação, naturalmente
começamos a nos reaproximar das pessoas. Em alguns relacionamentos como, por
exemplo, no trabalho, no grupo, na escola, entre outros lugares, poderemos
encontrar algumas dificuldades, alguns conflitos.
A primeira coisa que devemos fazer é um exercício
de auto-avaliação, olhar para dentro de nós e procurar qual a parcela que temos
em relação à qualidade do relacionamento.
Sabemos que mesmo em recuperação, é comum a criação
de modelos perfeitos de nossa parte. Por exemplo, criamos modelos perfeitos de
pais, mães, namorados, namoradas, amigos, de nós mesmos, inclusive de
relacionamentos. Esses modelos incluem expectativas muito elevadas e irreais
que geralmente são responsáveis por algumas de nossas frustrações e intolerâncias.
Ressentimentos indicam a dificuldade para perdoar nós mesmos. Além de que pode
acontecer que os comportamentos que mais estão nos incomodando nas outras
pessoas sejam aqueles que não conseguimos nos livrar.
Feito isto, é fundamental a prática da empatia, que
nos coloquemos no lugar dos outros. Nosso egocentrismo geralmente nos impede de
preocupar-se com as outras pessoas. Temos a ideia de que os outros vivem em
nossa função. Nós somos o centro e o restante, a periferia. Muitas vezes, a
pessoa não está em um dia legal em virtude de forças que não possuem quaisquer
relações conosco. Precisamos entender isto. Assim como, em outras situações,
aceitar que como nós um dia, as pessoas estão trabalhando no sentido de remover
seus defeitos.
A partir destas considerações, o que podemos fazer?
A literatura de Narcóticos Anônimos (NA) lembra que não nos tornaremos pessoas
melhores julgando os erros dos outros. Podemos orar pedindo ajuda ao Poder
Superior e principalmente praticar o princípio do amor incondicional. Aplicando
a regra de ouro, vamos tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados,
independentemente que qualquer coisa. Procuraremos resolver os conflitos que
surgirem e não usar um erro ou dificuldade para estereotipar alguém ou definir
sua personalidade.
A partir do momento que decidirmos dispensar um tratamento mais
amoroso aos outros, é este tipo de tratamento que receberemos.
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