Prevenção de Recaída (PR) ou Plano de Prevenção de
Recaída (PPR) consiste em identificar situações de alto risco e usar
estratégias cognitivas e comportamentais de enfrentamento com o propósito de
prevenir recaídas.
Situações de alto risco são aquelas que ofereçam
ameaça ao paciente como, por exemplo, amigos oferecendo álcool e outras drogas,
freqüências a baladas e boates, emoções como tristeza, raiva, ansiedade,
solidão, entre outras.
As estratégias são cognitivas quando relacionadas
ao pensamento como, por exemplo, “depois que parei de usar drogas, muitas
coisas melhoraram em minha vida” ou comportamentais quando relacionadas às
atitudes como, por exemplo, “se sair com estas pessoas, provavelmente irão me
oferecer álcool ou cocaína e não sei qual será minha reação, então decido não ir”.
Embora muitos acreditem, o objetivo principal da PR
não é a abstinência. Ela busca, em primeiro lugar, prevenir o lapso inicial e
manter a abstinência ou as metas de tratamento de redução de danos. Caso o
lapso aconteça, ela objetiva administrar este lapso quando ele ocorrer de forma
a prevenir uma recaída completa.
O lapso é um breve momento de retorno ao
comportamento anterior. Por outro lado, a recaída é o retorno ao padrão de
comportamento-problema anterior. Neste sentido, podemos inferir que tanto o
lapso quanto o processo de recaída se dão tanto em relação aos comportamentos
inadequados quanto ao uso de substâncias psicoativas (SPA) propriamente.
Em razão dos objetivos acima elencados como
principais para a PR, este tipo de tratamento tem sido destacado positivamente
tanto em relação quanto ao não-tratamento como em relação ao tratamento ativo
como, por exemplo, terapias, grupos de apoio, psicoterapia, entre outros.
Não se trata de colocar a abstinência em posição secundária
ou menos importante. Principalmente por que os Efeitos da Violação da
Abstinência (EVA) podem ser graves. Estes efeitos possuem tanto um componente
afetivo como culpa, vergonha, desesperança, quanto um cognitivo como de que
forma o lapso será encarado, como aprendizagem ou fracasso. Mas sendo mais
flexível, mais tolerante e menos exigente, a PR possibilita que mesmo o
paciente passando por uma lapso, ele possa voltar à recuperação sem
necessariamente atingir a recaída completa.
A PR combina desde conscientização/programação,
autoconhecimento e auto-acompanhamento diário (10 º passo), reconhecimento dos
sinais de aviso, intervenções cognitivas, habilidades comportamentais e mudança
do estilo de vida.
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