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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mensagem do Dia - Felicidade


A reflexão de hoje é sobre as razões da felicidade.

É comum o dependente químico desenvolver uma personalidade centrada em coisas exteriores que se tornam as condições de sua felicidade, sucesso, segurança, entre outros. Como exemplos para a reflexão de hoje, separamos o dinheiro e os bens materiais.

Durante a “adicção” ativa, perdemos muitas coisas, principalmente materiais. Com o principal objetivo de conseguir mais drogas ou pagar dívidas que o descontrole deixou, é comum vendermos ou trocarmos tudo que tínhamos: eletrônicos, eletrodomésticos, automóveis, casas e/ou apartamentos, roupas, calçados, jóias, entre outros.

Quando chegamos pela primeira vez a uma sala de Narcóticos Anônimos (NA), geralmente convidados por algum companheiro, é natural ficarmos muito entusiasmados com os benefícios da recuperação que os membros vêm desfrutando como carros novos, casas, celulares, tablets, notebooks, roupas e calçados descolados, jóias, entre outros, associando estes bens materiais à promessa de NA, aquilo que poderá ser conquistado caso freqüentemos um grupo.

Todavia, as promessas de recuperação se limitam à libertação da adicção ativa e uma nova maneira de viver proporcionada pelo despertar espiritual obtido progressivamente com os 12 passos.

Na medida em que buscamos educação e qualificação profissionais e desenvolvimento pessoal, é natural conquistarmos um bom emprego, assim como quando as despesas com drogas e bebidas deixam de ser maiores que a renda mensal, contarmos com recursos financeiros necessários para a compra destes bens. Entretanto, estes bens não são benefícios ou conseqüências diretas da recuperação, mas sim indiretas. Isso só é possível em virtude da transformação pessoal e espiritual.

Entretanto, é preciso muito cuidado com as escolhas. Todo momento dizemos sim e não para as coisas. Falar sim para algo implica, em geral, necessariamente falar não para outra. Neste caso, falar sim para o dinheiro e bens materiais significa necessariamente falar não para a espiritualidade. Não se trata de dizer que o dinheiro não é importante, mas ele não é o mais importante. Em recuperação, muitas vezes teremos que trocar o bom pelo ótimo.

Ou então corremos o risco de cair na armadilha descrita por Covey (2010) em que nos esforçamos demais para subir a escada do sucesso e descobrimos que a escada estava apoiada na parede errada. Iremos estabelecer alguns objetivos para nossa vida que mesmo atingidos não irão preencher nosso vazio, sacrificando aquilo que era importante e muitas vezes descobrimos isto tarde demais.

Por exemplo, tentar aliviar dores emocionais com compras é um grande erro porque mesmo que sintamos algum prazer momentâneo, nada irá mudar em relação à situação inicial.

Além disso, continuaremos a acreditar, mesmo que inconscientemente, que a mudança deve ocorrer de fora para dentro. Que os problemas estão nos outros e no exterior e, portanto, mudando eles, nossa vida certamente irá melhorar.

Por fim, a recuperação não promete dinheiro ou bens materiais, mas ela promete uma nova maneira de viver a partir do desenvolvimento de princípios espirituais e esta deve ser a razão de nossa alegria, não algo exterior. Em recuperação, a felicidade é resultado da companhia de amigos, dos familiares, da ajuda que damos aos outros sem esperar quaisquer recompensas, da confiança em nosso Poder Superior e principalmente quando descobrimos que estamos conseguindo ser honestos, humildes, tolerantes, comprometidos, ouvir a opinião dos outros, confiar e aceitar as pessoas, quando conseguimos praticar os princípios espirituais. Enfim, as razões de nossa felicidade passam a ser interiores. 

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