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sábado, 11 de agosto de 2012

Mensagem do Dia - Ouvindo com Empatia


A nossa reflexão de hoje é sobre a importância de ouvirmos atentamente e com empatia.

Durante nossa adicção ativa, a impaciência para ouvir outras pessoas é, geralmente, uma característica muito comum.

Entretanto, a mesma inabilidade pode ser encontrada em pessoas que, mesmo sem usar drogas, desenvolveram uma personalidade parecida, assim como aqueles que não contam com uma espiritualidade bem desenvolvida.

O educador Rubem Alves, em um de seus textos com o título “Escutatória”, escreveu que sempre via cursos de oratória anunciados. Nunca viu anunciado um curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensou em oferecer um curso de escutatória, mas chegou à conclusão de que ninguém iria se matricular.

Nós nos comunicamos através de quatro formas, principalmente: lendo, escrevendo, falando e ouvindo. Durante muitos anos, aprendemos a ler, escrever e falar, entretanto, dedicamos muito pouco, senão nenhum, para aprender a ouvir.

Geralmente, quando as pessoas estão falando, costumamos interrompê-las. Esta atitude, mesmo que inconscientemente, envia algumas mensagens para o outro como, por exemplo, não estou prestando atenção naquilo que está me dizendo, já que a mente está ocupada com a elaboração do que irei falar, não estou valorizando sua opinião, assim como sua opinião não pode ser mais importante que a minha, entre outros.

Na verdade, este tipo de comportamento expressa nossa necessidade de ser compreendido antes de compreender.

Podemos subdividir nossa escuta em quatro níveis: quando ignoramos o que a outra pessoa está dizendo, fingindo, na maioria das vezes, que estamos ouvindo; quando escutamos seletivamente, ou seja, apenas determinadas partes da conversa; quando escutamos concentradamente, ou seja, prestamos atenção nas palavras que estão sendo ditas; e empaticamente, quando temos a intenção de compreender. A escuta empática faz com que nos coloquemos no lugar da outra pessoa. Vemos e compreendemos o mundo como ela, sentimos o mesmo que ela.

Em Narcóticos Anônimos (NA), aprendemos que as partilhas possuem um valor terapêutico muito expressivo porque além de funcionar como uma “válvula de escape”, aprendemos com as experiências dos outros e eles com as nossas. Mas para tanto, é fundamental ouvirmos empaticamente. Assim, deixar de ouvir, internamente, nossos pensamentos e opiniões.

Por outro lado, considerando a primeira função das partilhas, o campo da motivação humana descobriu que necessidades satisfeitas não motivam. Depois das necessidades físicas, as necessidades humanas são psicológicas como, por exemplo, ser compreendido, se afirmar, receber incentivo, ser amado, entre outros. Quando ouvimos empaticamente as pessoas, satisfazemos esta necessidade psicológica. Além de que quando as pessoas se sentem confiantes para se abrir, elas conseguem, durante este processo, encontrar as soluções por si mesmas. Segundo Covey (2010), é como se estivessem descascando uma cebola até chegar ao centro.

Segundo a literatura de NA, “a empatia pode alcançar e tocar o espírito de outro adicto sem falar uma simples palavra”. Então, só por hoje, vamos nos esforçar para ouvir mais atentamente praticando o princípio da empatia.

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